Estávamos no ano de 1940, quando na vila de Odemira nasceu, entre muitos outros, um rapaz a quem deram o nome de António. Passada a mocidade, esse rapaz veio para Lisboa à descoberta de novos horizontes, constituiu família e por cá ficou.
Do Alentejo trouxe com ele na bagagem, o seu dom natural para improvisar e escrever poemas. Hoje, já reformado, com mais tempo disponível, o Sr. Simão vai tentar recuperar os poemas que foi fazendo ao longo da sua vida.
Entre esses e outros, que eventualmente vá fazendo, vamos fazer aqui a sua divulgação.
(sem título)
I
Lá no Porto há um dragão
Com o apito dourado
Em Lisboa o lagartão
Queria ser campeão
Morreu na praia afogado
II
Desgostos que há na vida
São desgostos de leão que morreu farto
Essa fera destemida
Ganhava tudo à partida
Mas no fim morreu lagarto
III
Logo ao romper do dia
Saíram da academia
Confiantes em Jesus
Cagou-lhe o cão no caminho
Caíram de redondinho
Lá no inferno da luz
IV
O União da Madeira
Ajudou à brincadeira
E ganhou o desafio
Levando a cruz ao calvário
O leão é d’aviário
O lagarto tinha frio
V
Quatro bombas de morteiro
Do outro lado do mar
O nosso amigo Couceiro
Vai para casa sorrateiro
Vai obrigado a falar
VI
O Sr. Dias da Cunha
Que nada disto propunha
Não gostou do poema
Mais valia estar calado
Que andar por todo o lado
A discutir o sistema
VII
Há no Porto os mafiosos
Onde há homens maldosos
È preciso ter coragem
Essa massa bruta e dura
Com mulheres à mistura
Pagavam à arbitragem
Junho 2005
António Maria Simão, nascido no ano de 1940
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